2010/02/27

CICLO DE CINEMA_CONTRATO_REP

Ontem, dia 26, O CENTRO DE LÍNGUA PORTUGUESA, no âmbito do Clube de Cinema MANOEL DE OLIVEIRA, exibiu a película CONTRATO, uma obra que marca a estreia de Nicolau Breyner como realizador. O filme foi projectado na Sala CIRES, no Edifício Transbordo, e contou com cerca de 50 estudantes, para além de uma mão bem cheia de docentes.

CONTRATO é uma realização que pretende – e consegue – fugir a um certo estigma do cinema português, aqui e ali, marcado pelo recurso a planos de pormenor algo cartesianos, pela tentação de tudo mostrar (quando seria penas necessário insinuar) e pela propensão para tudo explicar (quando o trabalho de reconstrução, isto é, o ónus da interpretação, pertence, tão-somente, ao espectador).

Acrescente-se, todavia, que esta impressão global de dinamismo e de ruptura com o tempo racional é algo artificial, pois que o argumento recorre, vezes amiúde, para suprir justamente essa lacuna, à tradicional retrospectiva (flash back), quando deveria, no meu entendimento, centrar o escopo da acção, exclusivamente, no momento presente. Do mesmo modo, o filme parece não escapar a certos estereótipos do filme policial. Mas também não o poderia fazer, porque se inscreve no género e, ao assumir esse sentimento de pertença, não pode dispensar as regras do jogo cinematográfico...

Não obstante o exposto, a película é capaz de despertar (como, de facto, despertou), o interesse crescente do espectador e, mais do que isso, interpela o auditório para a redefinição do ser humano. Que não é um algoritmo de posições fixas, mas que, bem pelo contrário, admite, no seu seio, o capricho, a aleatoriedade, em suma, o sentimento. E é por aí que ohomem vai escapando à morte física. Que o diga Peter (Pedro Lima)…

A todos quantos nos honraram com a sua presença, o nosso muito obrigado!



Até breve!




© Manuel Fontão

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