2009/11/08

MONTPELLIER


a cidade o frenesim
as cores locais
estampam-se imperceptivelmente
no rosto de cada um
que é diferente dos demais

montpellier mutante

montpellier à hora do meio-dia
sente exorbitante o colorido
queima o indígena
o nómada
o mestiço
e os outros que não têm rosto

montpellier mutante

montpellier à hora da sesta
embala o operário ocioso
adormece o aprendiz de cousas alheias
amansa o diligente

montpellier mutante

montpellier ao jantar
come frugal
à luz do sol entorpecido
cromático espectral matizado

montpellier à hora do bar
bebe fresco
respira cálido
fala quente
canta a frase que se solta
faz a fiesta caliente

mais à frente uma vodka ardente uma krono
o prazer de beber frais

montpellier à hora de deitar
respira um ar cosmopolita
de uma cidade árabe espanhola alemã
portuguesa porventura
é francesa
é mediterrânica

com certeza




© Manuel Fontão

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