2009/07/18

A PUBLICIDADE PULA E AVANÇA...


"Sim, eu vendo coisas às pessoas de que elas não precisam. Não posso, no entanto, vender-lhes algo de que elas não queiram. Mesmo com anúncios publicitários. Mesmo se eu estivesse decidido a fazê-lo”.
John O'Toole

A consciência individual tem vindo a transferir-se, de forma progressiva mas tangível, do domínio do colectivo para a esfera do privado. Na realidade, assiste-se hoje a um fenómeno de proporções pós-modernas, que se prende grosso modo com um processo crescente de individuação – e que mais não é do que a resultante da descentração do saber e da fragmentação de um certo espírito societário (outro neologismo para comunitário…), pelo que as grandes enciclopédias dispostas em vários volumes, as colectâneas brilhantemente empacotadas para regalo dos nossos familiares, amigos e visitantes de circunstância, os álbuns musicais pespegados em série, os grandes meios de comunicação que formavam e deformavam a opinião pública (i.e. o povo das sociedades coetâneas…), tudo isso, dizia eu, parece começar a esvanecer-se e a ceder o lugar às escolhas mais ou menos cirúrgicas do indivíduo.




© Manuel Fontão

Sem comentários: