2009/06/23

UM AMOR...

I

Naquela manhã cinzenta de Maio de 1980, António da Rosa, empresário e engenheiro civil, sentia-se inexplicavelmente um outro homem, sentia-se capaz de revolver montanhas, apesar de contar já os seus quarenta e seis anos. Era uma sensação nova, de robustez, de firmeza de carácter e de força que lhe invadia a alma e lhe fortalecia a mente.
– D. Albertina? Bom dia! Sou eu, o Toninho…
– Olá, Sr. Engenheiro! Como vai? Depois, na semana passada… Já não o encontrei à saída…
– Estava com alguma pressa…– Mas correu tudo bem, não foi? Quer dizer…
– A fazenda saiu-me um bocado… um bocado… enfim um tanto ou quanto desmaiada, sabe…
– Não me diga! Olhe que não tenho recebido queixas do tecido…
– Talvez esteja a precisar de mudar de estilo… Estava a pensar justamente em passar por aí hoje… À tardinha. Lá pelas quatro horas. Que me diz?...





© Manuel Fontão

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