Como ficou dito nas etapas anteriores deste trabalho, o designer é um profisisonal que concebe a vizualização gráfica de uma ideia, isto é, propõe uma imagem, organiza as partes constituintes da mensagem e encontra uma solução de compromisso entre o texto icónico e a mancha gráfica. Mas não só. O designer pode – e deve – intervir no próprio conteúdo, pois que o seu ofício se encontra intimamente ligado à noção de eficácia comunicativa, entendendo por isto, não apenas a dimensão estética do projecto, mas também o seu poder comunicativo. Com efeito, mesmo o grafismo pré-histórico (o rupestre, por exemplo), procurava não apenas o belo, mas instaurava uma comunicação, ainda que com laivos de metafísia (um discurso dirigido aos deuses). Porque é impossível não comunicar e mesmo o silêncio ainda é significativo.
Neste sentido, poder-se-á afirmar, sem tibiezas, que um designer é um arquitecto que dá um sentido funcional ao vazio, ao informe, à ideia primeira...
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© Manuel Fontão
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