Já lá vão quase 20 anos do seu aparecimento, mas a obra de João Tabarra (nascido em Lisboa em 1966) continua a assumir-se, hoje mais do que nunca, como uma das mais pertinentes da arte contemporânea portuguesa e isto não apenas pela interrogação que permanentemente emana dos seus trabalhos, mas também pelo aspecto ficcional que imprime à sua vasta obra. Com efeito, entramos no seu universo como homens comuns e saímos conscientes da nossa mortalidade…E, todavia, nada faria adivinhar o brilhante percurso do autor: autodidacta por vocação, João Tabarra passou pelo fotojornalismo e cruzou-se, já no decurso dos anos 90, com uma série de artistas que propunha uma crítica do real e dos media. Ulteriormente (já neste século), trilhou um percurso solitário, selado, de resto, com diversas exposições individuais e colectivas, tanto em Portugal como no estrangeiro.
Hoje, a fotografia e o vídeo continuam a ser os instrumentos com que geralmente trabalha e as temáticas evocam “experiências pessoais, sem que essa aproximação a momentos da história individual, resulte intimista. Na realidade, o autor recusa uma comunicação monológica e, por declaração de princípio, as temáticas e visão biográficas surgem relacionadas com diferentes planos da realidade colectiva” (Lúcia Marques).
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