2009/06/09

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Filipe da Rosa acordara, naquela manhã de Outono, extremamente cansado. Extenuado. Desfalecido. Sentia ainda todo o seu corpo a tremer. Sentia ainda os seus membros a ceder. Sentia, em suma, toda a sua estrutura física a esvair-se. Por que razão? Por que motivo? Nem ele sabia, com toda a exactidão e rigor.
Certo. Ele percebia, de forma um tanto ou quanto vaga e confusa, a silhueta de um homem alto e magro, uma figura exageradamente esguia e arguta, a brandir algo que se assemelhava a um maço de notas. Afigurava-se-lhe ver, em redor, uma pequena multidão de gente, um punhado de pessoas que se agitavam. Que se disputavam. Que se emaranhavam. Que se entreolhavam. Que se regozijavam. Que se excediam. Quem eram? De que se tratava? E o que é que, afinal, todos aqueles vultos estavam ali a fazer, especados, atónitos, inexpressivos?










© Manuel Fontão

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