2010/07/02

H2O de MIGUEL SOARES

A produção de resíduos sólidos apresenta-se, desde o surgimento dos primeiros centros urbanos, como um problema de difícil solução. Em rigor, a questão colocou-se, desde logo, no decurso da Revolução Industrial, pois que a intensificação da migração dos trabalhadores do campo para a cidade colocou em evidência as dificuldades inerentes ao tratamento da matéria. Claro que, com o desenvolvimento exponencial do tecido urbano, a produção de resíduos sólidos de diferentes naturezas (domésticos, industriais, serviços de saúde, etc.) ganhou uma maior acuidade, até porque se percebeu que o lixo constitui uma das principais fontes de degradação do meio ambiente.
Aliás, nos últimos anos, a sociedade começou a deparar-se com as possibilidades de comprometimento da (sua) qualidade de vida, e, sobretudo, da escassez dos elementos naturais, nomeadamente, no que diz respeito à água – um bem essencial

Ora, apesar do grau de desenvolvimento técnico-científico, os problemas sanitários urbanos persistem, e, mais grave do que isso, as mentalidades parecem não dar tréguas à premente necessidade de estancar o flagelo. Com efeito, os hábitos de consumo, especialmente daqueles com um certo poder de compra, alcançou padrões insustentáveis, e, um pouco por toda a urbe, vai imperando a cultura do descartável, potenciado, de resto, pela publicidade e por alguns opinion makers sem qualquer consciência ecológica.
A questão de fundo, será, por conseguinte, de saber até quando é que o actual estado coisas se poderá prolongar, porque o diagnóstico, esse, está feito – e bem feito, avaliar pelo magnífico trabalho de Miguel Soares. Ao homem, caberá a tarefa de decidir: reequilibrar o ecossistema ou mergulhar no seu abismo…




© Manuel Fontão

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