Santa Maria do Bouro, mosteiro cisterciense do século XII é, provavelmente, um dos mais típicos do género, existentes em Portugal. Situado a meia distância entre a cidade de Braga e as montanhas do Gerês, enquadrado numa paisagem marcadamente rural, o edifício apresenta uma fachada arquitectónica de traços sóbrios e de aspecto severo. O mosteiro, esse, fora edificado num lugar outrora habitado por eremitas, numa região doada, em 1148, por D. Afonso Henriques. Mais tarde, o edifício passaria para as mãos da Ordem de Cister, como corolário da acção dos cistercienses na defesa da fronteira da Portela do Homem (cf. a crise de 1383, com a morte de D. Fernando…). Com efeito, na ausência de herdeiros, D. Beatriz, casada com o rei de Castela, havia reclamado o trono de Portugal, o que significava, como é óbvio, a perda da soberania. Ora, a intervenção arrojada dos monges, que travaram decididamente o avanço das tropas inimigas, valeu-lhes, não apenas a simpatia, mas também o apoio material da família real. Destarte, e em resultado deste estado de graça, o mosteiro conhecera, então, uma época áurea e próspera... Todavia, o esplendor da obra viria a esbater-se ao longo do tempo e já no século XVI apresentava, segundo testemunhos da época, sinais inegáveis de ruína e de abandono, situação que se viria a agravar, de resto, com a extinção das ordens religiosas (1832). Posteriormente, o mosteiro viria a ser vendido em hasta pública, tendo sido adquirido, em 1986, pela Câmara Municipal de Amares. Mas a sua história não acaba aqui, pois que o mesmo viria a ser classificado como Imóvel de Interesse Público, o que não impediria, no entanto, que se viesse a transformar na Pousada de Santa Maria do Bouro. Sinais dos tempos!.... CONTACTE O AUTOR DO BLOGUE. OBRIGADO!
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