2009/06/12

UM POEMA... ALEGRE

há jardins feros e raros
que decididamente não florescem
onde os homens gostariam

outros há que renascem
de velhos sonhos desfeitos
isto é de sentimentos vetustos
que o tempo brutalmente
desenganou ad aeternum

outros ainda morrem
ao raiar de cada aurora
apesar do esforço inglório
de loucos amadores

há em suma jardineiras
depauperadas pela rigidez
de princípios áridos vãos
que encerram nas suas courelas
ódios antigos vinganças vagas virtudes magras

tu tu pelo contrário
tu entregas continuamente a cada amante
uma flor de sentimentos vários quer dizer
restituis aos teus amigos e por conta própria
dentro de cada pétala dentro de cada corola
uma rosácea de esperança outra de amor

in Poemas de Enleio





© Manuel Fontão

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